A Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Sorgo (Abramilho) acompanhou o anúncio do Plano Safra 2025/2026, destacando a ampliação da capacidade do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), considerada fundamental para reduzir perdas e gargalos logísticos na cadeia produtiva do milho. A entidade participou da cerimônia de lançamento do Plano Safra, realizada na última terça-feira (1º), no Palácio do Planalto, em Brasília.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou R$ 516,2 bilhões em recursos para o Plano Safra Empresarial, em cerimônia que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de diversos ministros. Para o ciclo 2025/2026, cerca de R$ 4,5 bilhões foram destinados especificamente ao Plano Safra Empresarial, sendo aproximadamente R$ 3,7 bilhões voltados a crédito para armazenagem, industrialização, comercialização e investimentos no agronegócio.
A Abramilho, no entanto, manifesta preocupação quanto à baixa efetividade desses recursos, uma vez que, historicamente, apenas cerca de 50% dos valores anunciados são efetivamente aplicados, com grande parte concentrada em grandes empresas cerealistas e tradings, e pouco acesso aos médios e pequenos produtores.
A Abramilho avalia que, se todo o montante previsto de R$ 8,2 bilhões para o PCA fosse efetivado, seria possível começar a reduzir o déficit de armazenagem, que continua sendo um dos principais entraves para a competitividade do milho brasileiro, sobretudo na segunda safra, período em que os silos permanecem ocupados com soja. Essa limitação provoca gargalos logísticos, perdas de qualidade do grão e impactos nos preços, especialmente em momentos de excesso de oferta.
Outro ponto que preocupa a Abramilho é a indefinição sobre as mudanças no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Além de não haver definição sobre as alterações nas regras, ainda não se sabe qual será o volume de recursos destinado ao programa. O milho, por estar mais exposto a riscos climáticos do que outras culturas, depende de políticas eficazes de seguro agrícola para garantir segurança ao produtor e viabilizar investimentos, sobretudo em regiões de maior risco climático. A entidade ressalta que ampliar a capacidade de armazenagem e aprimorar os instrumentos de gestão de risco, como o seguro rural, são medidas urgentes para fortalecer a produção de milho no país, garantindo mais estabilidade econômica ao setor e segurança alimentar para o Brasil.