A frente francesa tem sido destacada como a mais agressiva
No último domingo, Bruxelas foi palco de um dos maiores protestos agrários da história recente, quando mais de mil tratores bloquearam estradas, paralisando a capital belga e chamando a atenção de toda a Europa para as demandas dos agricultores. O protesto, que ocorreu próximo ao bairro europeu, onde os líderes da União Europeia estavam reunidos para o Conselho Europeu extraordinário.
Os manifestantes, vindos de diferentes partes da Europa, convergiram para Bruxelas para expressar sua insatisfação com a Política Agrícola Comum (PAC) e o Acordo Verde, políticas que afetam diretamente a agricultura e o setor rural. O epicentro da manifestação foi a Place de Luxembourg, em frente ao Parlamento Europeu, onde os agricultores fizeram seu protesto de forma incisiva.
A revolta atingiu seu ápice quando os manifestantes atearam fogo com lenha e pneu. A estátua do mecânico Beaufort, parte do monumento dedicado ao ex-industrial belga-britânico John Cockerill, foi alvo. Representando um dos quatro trabalhadores em torno do monumento, a estátua foi derrubada entre paletes incendiados, simbolizando a intensidade da insatisfação rural.
A frente francesa tem sido destacada como a mais agressiva nas recentes horas, com tratores mantendo Paris sob controle através de protestos, por vezes violentos. Na Alemanha, o ministro da Agricultura, Cem Özdemir, anunciou que a isenção fiscal para veículos agrícolas permanecerá, mas o subsídio ao diesel agrícola será reduzido ao longo de vários anos, desencadeando protestos desde janeiro.
Na Bélgica, a Federação dos Jovens Agricultores ameaça bloquear Bruxelas nos próximos dias. Na Itália, os agricultores independentes formaram o Comité de Agricultores Traídos (CRA), manifestando-se contra importações, sindicatos, bancos e grandes confederações agrícolas. Em Portugal, cerca de 800 agricultores e 100 tratores concentrados na Ponte da Chamusca planejam deslocar-se para um novo ponto de protesto, cortando o trânsito na Autoestrada 23, conforme informado pelo Movimento Civil de Agricultores.
Leonardo Gottems
AGROLINK – 01/02/2024