São Paulo, 02/02/2024 – A consultoria Céleres estima que as exportações de milho devem recuar cerca de 11% no ciclo 2023/24, passando de 56,1 milhões de toneladas exportadas na safra 2022/23 para 49,8 milhões de toneladas na temporada atual. Mas, segundo o relatório divulgado nesta quinta-feira, o volume ainda é expressivo, assim como no caso da soja, com potencial de ser o segundo maior da história também em termos de valor.
De acordo com a consultoria, o principal motivo para a redução é uma queda na produção, estimada em 1,5 milhão de toneladas na safra de verão e de 9 milhões de toneladas na safra de inverno. A expectativa é de uma produção, considerando os três ciclos, de 119,5 milhões de toneladas em 2023/24, ante 130 milhões de toneladas produzidas em 2022/23. A Céleres ainda espera que a área plantada seja a menor desde 2017/18, devido às menores margens do cereal. A previsão é de uma queda de 700 mil hectares frente ao ciclo passado, sendo 500 mil a menos no plantio da segunda safra.
Os preços também devem ser menores, acompanhando um cenário de queda contínua na cotação internacional do grão. “No entanto, quando se comparam contratos internacionais de milho praticados em set/23 e futuros referentes a set/24, há uma alta de 2%”, acrescentou o relatório. Com isso, o preço médio de exportação do milho em 2024 deve se manter entre US$ 220 e US$ 240 por tonelada, levemente abaixo do preço médio praticado no ano anterior, disse a Céleres. A consultoria projeta uma geração relevante de divisas com o milho em US$ 11 bilhões, frente aos US$ 14 bilhões recordes da temporada passada.
A Céleres ainda destacou o papel relevante da China como comprador do milho nacional, superando parceiros tradicionais como Japão e Irã. “No total, o País importa oito vezes mais do que importava na safra 2016/17, compensando a desaceleração de importação de soja e seus derivados”, disse o relatório. “Se até 2021 a China importava pouco ou nada, em 2023 comprou 30% de todo milho exportado pelo Brasil, colocando o País como origem de três quartos do cereal importado pela China no período.”
Contato: Audryn Karolyne audryn.karolyne@estadao.com
BroadcastAgro – 02/02/2024