Previsão indica que os números devem superar o ano de 2022
Enquanto o mercado interno de milho enfrenta um ritmo mais lento, as exportações do cereal no Brasil estão em alta, com perspectivas de superar significativamente o volume registrado em 2022. Pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) revelam que produtores estão monitorando de perto o desenvolvimento da safra de verão e os possíveis impactos dos atrasos na semeadura da segunda safra para o ano de 2024.
De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos primeiros 11 dias úteis de dezembro, o país já embarcou impressionantes 3,68 milhões de toneladas de milho. Esse valor representa incríveis 59% do total exportado ao longo de todo o mês de dezembro de 2022, que foi de 6,24 milhões de toneladas. Surpreendentemente, a média diária de embarques neste período supera em 18% a registrada no mesmo período do ano anterior.
Se o atual ritmo persistir, as projeções indicam que as exportações totais podem ultrapassar a marca de 7 milhões de toneladas até o final do mês. Produtores e analistas do setor estão otimistas com esse desempenho excepcional, enquanto consumidores, por sua vez, têm dado preferência ao uso dos estoques que foram negociados antecipadamente.
O Paraná tem negócios a conta-gotas nos Campos Gerais, enquanto o porto reduz preços e esfria comercialização
No mercado de milho do estado do Rio Grande do Sul não existem muitas novidades, segundo informações divulgadas pela TF Agroeconômica. “Mesmo com os saltos de preços nas indicações, produtores seguem mornos na oferta de lotes . Hoje, ouviu-se novamente até R$ 70,00 CIF Fábricas, e contra ofertas recuam para R$ 66,00 interior –cerca de R$ 68,00 a R$ 69,00 na comparação CIF fábrica. Não ouvimos reportes de negócios”, comenta.
Quebra de safra à frente, o mercado esfria em Santa Catarina e não apresenta negócios. “Poucos lotes se apresentam à comercialização hoje no Estado, em que a maioria das indústrias, algumas já em recesso, declaram-se fora das compras. Ofertas no interior iniciando em R$74,00, e no tributado, a R$ 70,00 mais ICMS. Contra-ofertas, respectivamente, a R$ 72,00 e R$ 68,00. Ofertas de milho paraguaio a US$ 217,00, sem indicações por parte da compra. Não foram reportados negócios”, completa.
O Paraná tem negócios a conta-gotas nos Campos Gerais, enquanto o porto reduz preços e esfria comercialização. “Entre pouquíssimos compradores que se apresentaram no Paraná no dia de hoje, os preços pareciam ser apenas nominais, principalmente para aqueles que buscavam embarque no porto. E não podia ser diferente: com a logística já bastante comprometida, e os fretes aumentando dia a dia, parece que os últimos momentos de comercialização do ano tendem a se antecipar”, indica.
“Mercado apenas nominal. Indicações permanecem entre o sudoeste e oeste a R$67,00; Maringá R$ 68,00 e Londrina R$ 68,50. Tradings intensificam indicações entre março a maio, em preços Paranaguá orbitando entre R$ 64,00 a R$ 66,00 – R$ 1,00 a mais do que na quinta (21). No porto, indicações entre R$65,00 a R$ 66,00 – R$ 1,00 a menos do que no dia de ontem – e vendedores pedindo a partir de R$ 70,00. Nos Campos Gerais, uma granja levou milho CIF a R$ 67,00 em 600 toneladas”, conclui.
Leonardo Gottems
AGROLINK – 26/12/2023