Entidades se manifestaram contrárias à decisão de que herbicida não traz risco à saúde
Nem todos os norte-americanos aprovam o anúncio da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) de que não há riscos à saúde humana do glifosato quando usados de acordo com as instruções do rótulo. Para a Center For Food Safety, a EPA não conduziu a pesquisa necessária sobre a segurança do princípio ativo.
“O anúncio da EPA de que concluiu sua revisão regulatória do glifosato é falso”, disse Ryan Talbott, advogado da equipe do Center for Food Safety (CFS), em um comunicado à imprensa do CFS. “A verdade é que, após uma década de revisão, a EPA ainda não realizou as pesquisas necessárias sobre os impactos do glifosato na saúde humana e nas espécies ameaçadas e em perigo”, completa.
De acordo com Bill Freese, analista de políticas científicas do CFS, as s principais autoridades de câncer do mundo junto à Organização Mundial da Saúde declararam que o glifosato é “provavelmente cancerígeno para os seres humanos” em 2015. “Além de causar tumores em ensaios com animais, a exposição ao glifosato foi associada ao linfoma não-Hodgkin, um câncer do sistema imunológico, em nada menos que três estudos epidemiológicos de agricultores e outros aplicadores de pesticidas”, completou.
“Longe de consultar a ‘melhor ciência disponível’, como afirma a EPA, a agência se baseou quase inteiramente nos estudos da Monsanto, escolhendo os dados adequados ao seu objetivo e descartando o restante”, acrescentou.
A Bayer, no entanto, afirmou que todos os esforços estão sendo concentrados em pesquisas relacionadas ao glifosato e que, até agora, nenhuma pesquisa conseguiu comprovar que o herbicida traz problemas para a saúde se usado corretamente.
AGROLINK – 04/02/2020