Falta de oferta (crise de abastecimento) e “retenciones” argentinas podem levar o milho a patamares acima de R$ 50/saca na B3 (fev./março), diz analista da Agrinvest, Marcos Araújo. Hoje o preço base Campinas é de R$ 48,15. A situação politica na Argentina abre janela de oportunidade para exportação do milho brasileiro. Pior, contudo, são as previsões climáticas que apontam estiagem para regiões produtoras do pampa argentino.
Alberto Fernández assumiu a presidência na Argentina nesta terça-feira, dia 10, e um velho temor volta a assombrar os produtores rurais argentinos: as retenciones. (As retenciones são impostos que o país coloca sobre produtos exportáveis, em especial as commodities, que foram praticadas pelos governos peronistas de Nestor e Cristina Kirchner, que agora volta ao Poder como vice de Fernandez). O setor produtivo argentino vive dias de pânico.
O mercado estima que as tarifas para a exportação do grão de soja in natura volte aos 30% ou fique acima disso. Para milho e trigo estima-se que as retenciones possam voltar aos 22%. Confirmados estes números, a competitividade do produtor argentino ficaria bastante comprometida diante de seus principais concorrentes. Veja abaixo uma estimativa para os impostos sobre a soja argentina:
Desta forma, o produtor rural argentino que já paga US$ 100 por tonelada de soja exportada, poderá sofrer, com as novas retenciones, US$ 140 a tonelada. Já para o milho, o valor por tonelada exportada hoje em US$ 8, poderá ir para US$ 24/t. O valor praticamente tirará o país do mercado por falta de competitividade, fazendo com que países importadores supra suas demandas pelo grão nos Estados Unidos, na Ucrânia e no Brasil.
Notícias Agrícolas – 11/12/2019