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Apesar de uma perspectiva relativamente positiva para o setor agrícola brasileiro, conforme o país colhe grandes safras de soja e milho
Apesar de uma perspectiva relativamente positiva para o setor agrícola brasileiro, conforme o país colhe grandes safras de soja e milho, diretores da John Deere (DE.N), Case IH e AGCO (AGCO.N) estão preocupados com novas regras de financiamento, já que o novo governo do Brasil promete cortar o crédito público para o setor privado.
O governo do Brasil há anos subsidia as taxas de juros de empréstimos para agricultores, devido a um histórico de juros altos no país. O governo federal paga aos bancos a diferença entre as condições que estabelece para os agricultores no pacote anual de crédito agrícola e os do mercado.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, o principal formulador de políticas do presidente Jair Bolsonaro, defende um aumento gradual do financiamento privado para o setor agrícola.
“Acho que essa visão liberal é importante para o país. Mas precisamos de um período de transição, de acomodação”, disse Rodrigo Bonato, diretor de vendas da John Deere, à Reuters na Agrishow, a maior exposição de equipamentos agrícolas da América Latina.
“Essa falta de informação sobre o novo plano causa ansiedade entre os agricultores, perturba sua tomada de decisão”, disse ele, acrescentando que esta é a época do ano em que os agricultores brasileiros geralmente planejam suas próximas colheitas.
A linha de crédito oficial do Brasil para máquinas agrícolas, por exemplo, tem juros anuais de 7,5 por cento e 7 anos para pagamento.
Uma linha privada em um banco comercial normalmente custa 11 por cento, com pagamento em 5 anos. “Os interesses são críticos quando um agricultor calcula o retorno de investimentos como comprar uma máquina grande. Uma linha com 11 por cento ainda é muito alta e acredito que o governo entende essa dificuldade estrutural”, disse Christian Gonzalez, vice-presidente da América do Sul para a Case IH, o braço de máquinas agrícolas da CNH Industrial (CNHI.MI).
Luís Felli, chefe da AGCO para América do Sul, disse que os agricultores basicamente gastaram todo o crédito disponível do último pacote oficial de financiamento e estão esperando para verificar as condições do novo programa antes de planejar investimentos.
REUTERS
Agrolink – 02/05/2019