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A empresa Longping High-Tech Agriculture, controlada pelo conglomerado chinês CITIC Group, vê o Brasil expandindo a produção de milho em até 5% por ano nos próximos anos e está investindo fortemente para conseguir um terço do mercado local de sementes de milho. A Longping, que comprou o seu negócio de sementes de milho da DowDuPont no Brasil por US$ 1.1 bilhão, trouxe nesta semana 400 pessoas, incluindo sócios, distribuidores e executivos das maiores cooperativas brasileiras, para um resort de luxo em Campinas, no Estado de São Paulo, para explicar seus planos para o país.
A empresa disse que começará a construir novas fábricas de sementes no Brasil no ano que vem para aumentar sua capacidade de produção além das suas quatro instalações atuais. O plano é impulsionar sua participação no mercado, avaliado em R$ 15 bilhões, de 15% para 30% em cinco anos. A companhia disse que um segundo passo natural será entrar no negócio de sementes de soja, que é dominado pela norte-americana Monsanto. “Você enxerga a oportunidade, faz a avaliação, calcula o retorno… nós temos a mente aberta, e os chefes da CITIC dão muito apoio”, disse Kevin Chen, que supervisiona os projetos brasileiros da Longping, à repórteres nesta terça-feira.
Ele não quis revelar estimativas de custos específicas para os projetos da Longping no país, mas disse que capital não é o problema. “Nós colocaríamos nosso peso todo nisso, desde que haja oportunidades”, disse. O chefe de operações na América Latina da Longping, Mozart Fogaça Jr., disse que a empresa não tem dúvidas sobre a expansão contínua da produção de milho e soja no Brasil e possui um plano de longo prazo para se beneficiar disso. “As novas usinas de etanol impulsionaram a demanda de milho no Centro-Oeste brasileiro. E uma vez que a logística melhorar na direção dos portos do norte, a soja e o milho continuarão a expandir”, disse.
Os produtores brasileiros no cinturão agrícola do centro-oeste normalmente plantam soja no verão e milho logo após a colheita da oleaginosa, em um sistema de rotação de safras. “A soja traz o milho junto. Se a soja expande, o milho segue”, disse Fogaça. Junto com as novas fábricas, a Longping quer construir centros de pesquisa para melhorar suas sementes de milho e para começar a desenvolver novas sementes de soja e sorgo, disseram executivos. Chen afirmou ainda que a Longping e sua controladora CITIC não estão preocupadas com a atual instabilidade política e econômica no Brasil. “Estamos aqui para ficar cem anos. Temos confiança que os brasileiros vão descobrir soluções.”
Fonte: REUTERS