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Na comparação entre safras, o ciclo atual está quase 5,5% menor em relação a 2017
O milho já abriu o plantio de segunda safra em Mato Grosso, especialmente no médio norte estadual, aonde as primeiras colheitas da soja vão dando espaço ao cultivo do cereal. Ainda tentando recuperar o tempo perdido com o atraso no plantio da oleaginosa – que por sua vez encurta a janela ideal do milho safrinha – a maior preocupação desse momento é com relação ao ponto do equilíbrio da cultura, desfavorecido pela desvalorização da saca em relação ao mesmo momento do ano passado.
Na comparação dos preços médios, o recuo é de 35%. Conforme avaliação dos analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) há uma redução sobre os custos de produção na comparação entre o ciclo 2016/17 e o 2017/18, no entanto, o alívio no desembolso não dispensa o produtor de ser eficiente e de converter isso em produtividade, o que em valores pede ao menos 117,24 sacas por hectares em média nessa safra.
O ponto de equilíbrio, ou seja, quando despesas e receitas se encontram, está desfavorecido em razão de a saca atual está cotada em valores abaixo do que se fixou no mesmo momento do ano passado. Dados do Imea mostram que o custo final de produção do milho de alta tecnologia fechou dezembro avaliado R$ 2.797,28/ha. “Esse valor representa um acréscimo de 0,1% frente à divulgação anterior, mas exibe uma redução de 5,41% na comparação anual. No que tange ao custo variável, o mesmo movimento de 0,1% foi observado e agora passa a ser de R$ 2.258,81/ha”. Ainda conforme os analistas, considerando uma produtividade média de 117,24 sc/ha para o milho de alta tecnologia, o ponto de equilíbrio passa a ser projetado em uma saca cotada a R$ 19,27, “o que representa um valor 18,3% acima do preço médio ponderado que vem sendo comercializado até o momento para a safra futura”. No histórico de preços do Imea, a cotação atual em R$ 15 é 35% menor em relação aos R$ 23,38 que foram pagos em igual momento do ano passado.
Dólar com tendência de queda e o próprio clima também aumentam as incertezas em relação aos preços da saca da nova safra e do rendimento no campo a partir do final do mês de maio, quando tem início a colheita do cereal. O dólar, por exemplo, finalizou a semana passada com recuo de 0,68% e cotação média de R$ 3,20 e abriu essa semana com a mesma trajetória.
RITMO – Em decorrência da redução no volume de chuvas em grande parte do Estado, a semeadura do milho para a safra 2017/18 apresentou avanço semanal de 5,73 pontos percentuais (p.p.), alcançando 7,15% do total da área estimada. Mesmo com o progresso dos trabalhos, a superfície semeada até a última quinta-feira, estava 3,1 p.p. abaixo dos 10,2% do mesmo período do ano passado. A primeira estimava do Imea para a produção 2018 do milho safrinha prevê traz expectativa de redução na área destinada ao cereal e na produtividade média do Estado, impactando diretamente na perspectiva da produção do milho mato-grossense. “A baixa sobre as cotações vem sendo contabilizada pelos produtores desde a safra passada e isso, aliado a outros fatores tão importantes quanto o preço, não animaram o produtor lá trás, no momento de decidir o quanto plantar e o como plantar”.
A projeção é de uma área 10,34% menor em relação á safra passada, sendo aguardada em 4,25 milhões de hectares. A produtividade esperada das lavouras mato-grossenses pode ser 9,37% abaixo da safra anterior, ficando estimada em 97,06 sc/ha. “Ou seja, o ponto de equilíbrio em 117,24 sacas e um resultado médio acima da perspectiva geral do Estado. A eficiência é para pagar a conta”. Considerando área e rendimento, o Imea espera contabilizar 24,74 milhões de toneladas, sendo prevista uma redução de 18,75% em relação à safra anterior, que foi a maior do Estado, mais de 30,45 milhões/t.
Fonte: CENÁRIO MT