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Líderes da Aliança Internacional do Milho, Estados Unidos, Brasil e
Argentina são concorrentes com perspectivas diferentes no mercado
internacional em meio às atuais tensões comerciais.
Pam Johnson, produtora em Iowa, no Meio-Oeste dos EUA e ex-presidente da
entidade, disse ao Valor ter “sérias preocupações” com o ambiente
de guerra comercial que se criou porque os produtores americanos
trabalharam muito para criar boas relações com a China, potencialmente
um grande cliente.
Agora, a constatação é que as exportações para o país asiático,
que já eram pequenas, praticamente zeraram. “Estamos estocando milho
e soja. Os preços caíram. No curto prazo, a situação é
desafiadora”, disse ela.
Segundo a Reuters, as importações de milho americano pela China
aumentaram quase 240% no ano passado, para 757.000 toneladas. Mas desde
a escalada da crise deflagrada por Donald Trump, os chineses estão
comprando mais milho da Ucrânia dos que dos EUA.
Na esteira das disputas com Washington, Pequim impôs sobretaxa de 25%
sobre o milho e a soja procedentes dos Estados Unidos. A realidade,
porém, é que no caso do milho já havia dificuldades para os
americanos venderem por causa da enorme lentidão chinesa em fornecer
certificação para o cereal transgênico.
Já no caso do Brasil, segundo exportador mundial, Cesário Ramalho,
atual presidente da Aliança, confia que a tendência é continuar
ganhando fatias de mercado no rastro das tensões globais.
Em meio aos problemas no antigo Nafta, o Brasil conseguiu exportar 1
milhão de toneladas de milho para o México. As vendas para a China
ainda são incipientes e estão longe das promessas chinesas de importar
10 milhões de toneladas. Mas a expectativa é que as vendas seguirão
aumentando.
Para Cesário, o Brasil poderá exportar cerca de 27 milhões de
toneladas nesta safra 2018/19, depois de uma queda para entre 20
milhões e 22 milhões toneladas na temporada 201718 derivada da
redução da colheita.
Já Juan Minvielle, representante dos produtores de milho da Argentina,
diz que o país perdeu 5 milhões de toneladas na safra passada por
causa da quebra da produção e a expectativa é de recuperação ao
longo deste ciclo.
VALOR – 23/10/2018