O agronegócio brasileiro tem buscado, de forma cada vez mais ativa, afirmar seu papel como integrante no debate climático. A COP30, que começou no dia 10 e seguirá até o dia 21 de novembro, em Belém (PA), traz uma novidade importante: pela primeira vez, a Conferência conta com um espaço dedicado exclusivamente ao setor, a Agrizone. O local, situado a 2 km das zonas azul e verde, é uma iniciativa da Embrapa, em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e com o fomento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O objetivo do espaço é destacar o agro como peça estratégica na busca por soluções aos desafios ambientais globais.
O local oferece uma programação diversificada e com várias palestras, debates, exposições e atividades que reforçam o papel crucial do agro na agenda climática. A Abramilho, reconhecendo a importância de aproveitar esse momento para apresentar as práticas sustentáveis da agricultura brasileira, participou, na terça-feira (12/11), do painel “Sistemas de Produção e Mercados de Alto Valor – o novo ciclo dos grãos, pulses e colheitas especiais”. O debate contou com a participação de André Dobashi (CNA), Bruno Laviola (Embrapa Agroenergia) e Pedro Netto (Apex-Brasil), e foi essencial para discutir estratégias que unem produtividade e sustentabilidade.
Manifesto
Além disso, ontem (12), o Sistema CNA/Senar e entidades representativas do setor, incluindo a Abramilho, lançaram, no Pavilhão AgroBrasil — espaço do Sistema CNA localizado dentro da Agrizone, o “Manifesto pela Sustentabilidade dos Grãos e Fibras do Brasil”. O documento foi assinado de maneira conjunta pelas seguintes entidades: Aprosoja Brasil, Aprosoja Mato Grosso, Abrapa, Sistema OCB, Aprofir Brasil e Sistema Ocepar.
O documento foi lido na íntegra por André Dobashi e reitera o compromisso da agropecuária brasileira com uma produção sustentável, competitiva e alinhada às demandas do mercado global, ademais a responsabilidade do agro na garantia da segurança alimentar. O texto destaca que “o Brasil construiu uma agricultura tropical que une ciência e conservação ambiental”. Ressalta também as práticas sustentáveis que já são adotas no campo como o plantio direto, a integração lavoura-pecuária-floresta e a fixação biológica de nitrogênio, que promovem ganhos produtivos com menor impacto ambiental.
O manifesto ainda chama atenção para o fato do Brasil ser o único grande produtor mundial capaz de colher três safras anuais do grão, sendo que duas delas, de culturas diferentes, podem ocorrer no mesmo solo, sem que haja a necessidade de expansão da área. Essa particularidade favorece a diversificacao e rotação de culturas, fatores cruciais para a sustentabilidade dos sistemas agroalimentares. Dessa forma, a presença do agro na Conferência do Clima, com a criação da Agrizone o o lançamento do Manifesto pela Sustentabilidade dos Grãos e Fibras, reafirma mais uma vez o protagonismo e o compromisso do setor na agenda ambiental e climática.


