A Abramilho participou, nesta terça-feira (8/7), da 52ª Reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Milho e Sorgo, realizada de forma virtual pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O encontro foi conduzido por Enori Barbieri, vice-presidente da Abramilho e presidente da Câmara Setorial de Milho e Sorgo do Mapa, que coordenou os debates sobre os principais temas que impactam a cadeia produtiva do setor no Brasil.
Além da Abramilho, participaram representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), da Corteva Agriscience, da Embrapa Milho e Sorgo, da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), entre outras instituições.
Um dos pontos centrais da pauta foi a apresentação do Plano Safra 2025/2026, realizada por Tiago Nunes de Freitas Dahdah, diretor do Departamento de Política de Financiamento ao Setor Agropecuário (DEFIN), do Ministério da Agricultura. Durante a apresentação foi detalhada as diretrizes em discussão para o próximo ciclo, incluindo linhas de crédito, taxas de juros que desestimulam investimentos, mecanismos de apoio à comercialização e instrumentos de mitigação de riscos, aspectos fundamentais para garantir estabilidade e segurança aos produtores rurais.
Defensivo agrícola
Na avaliação de Enori Barbieri, presidente da Câmara Setorial, a reunião foi bastante produtiva. Um dos principais destaques do encontro foi a elaboração e o encaminhamento de um documento ao Ministério da Agricultura, produzido em conjunto com a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja). O documento aborda a necessidade de liberação de um novo defensivo agrícola, considerado estratégico para o setor produtivo.
“O documento trata de um novo defensivo agrícola desenvolvido para combater plantas daninhas resistentes ao glifosato, que vêm causando prejuízos às lavouras ao dificultar o controle e reduzir a produtividade. Embora o produto já tenha facilidade de aprovação pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o principal entrave está na demora do processo de aprovação pelos órgãos ambientais. O setor pede apoio do ministério para agilizar essa liberação.”
Safra recorde
A logística foi outro ponto tratado na reunião da Câmara Setorial. Várias lideranças do setor defenderam a ampliação de ferrovias e dutos para garantir competitividade e escoamento eficiente. A reunião também contou com a apresentação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que trouxe dados atualizados sobre a produção de milho no Brasil. A estimativa é de safra recorde de 128 milhões de toneladas e deve revisar esse número para cima. Segundo a Conab, as exportações devem se manter robustas, impulsionadas pela demanda interna e externa. Os representantes da cadeia do etanol de milho reforçaram o papel estratégico do setor e criticaram análises que o responsabilizam por eventuais quedas nas exportações.
“Esse resultado supera as estimativas anteriores, impulsionado pela alta produtividade registrada na colheita, que já alcançou cerca de 30% da área da segunda safra. Com uma estimativa de consumo interno em torno de 89 milhões de toneladas, o Brasil terá acima de 40 milhões de toneladas disponíveis para exportação. Apesar das limitações na capacidade de armazenagem, o país conta com um mercado internacional consolidado para escoar o excedente. Também foi discutida a situação do Irã, principal comprador de milho brasileiro, cujas importações seguem ocorrendo normalmente, alimentando a expectativa de se atingir o volume previsto de exportações”, afirma Barbieri.
Embrapa apresenta novo modelo de silo
Durante a reunião, a Embrapa apresentou soluções para os recorrentes problemas de armazenamento, especialmente em anos de safra recorde. Uma das inovações é um novo modelo de silo, pré-moldado em concreto, portátil e adaptável às necessidades das fazendas ou empresas, podendo ser transferido entre unidades quando não estiver mais em uso.
A participação da Abramilho na Câmara Setorial reafirma o compromisso contínuo da entidae em acompanhar as pautas governamentais, defender os interesses do setor e contribuir para o fortalecimento e o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva no país.


