Exportações de milho brasileiro desaceleram em julho
Segundo a análise semanal da Grão Direto, na última semana, as cotações do milho norte-americano em Chicago foram pressionadas devido às excelentes condições de safra nos Estados Unidos, clima favorável e uma demanda moderada pelos grãos. No Brasil, a queda dos preços no mercado internacional também impactou as cotações internas, reduzindo o interesse de venda dos produtores. A colheita brasileira de milho atingiu 87,34%, conforme dados da Conab.
As exportações brasileiras de milho registraram um ritmo mais lento em 2024, com o mês de julho fechando com volumes acima de 3 milhões de toneladas, cerca de 30% abaixo do mesmo mês no ano passado. No acumulado de janeiro a julho, as exportações se aproximam de 12 milhões de toneladas, uma redução de 25% em relação a 2023. Historicamente, agosto apresenta volumes consideráveis de exportação, o que pode ajudar a compensar o desempenho acumulado negativo, conforme a Grão Direto.
De acordo com a análise, nos Estados Unidos, as condições climáticas favoráveis estão reduzindo os prêmios de risco associados a esta época do ano. De acordo com o USDA, apenas 4% da produção de milho está em áreas de seca, comparado a 59% no mesmo período do ano anterior. No entanto, previsões meteorológicas indicam temperaturas elevadas e baixos índices pluviométricos nos próximos dias, o que pode gerar incertezas e potencial valorização das cotações em Chicago.
As cotações do milho para o contrato de setembro (ZCU24) atingiram a mínima de 2024, cotadas abaixo de US$ 3.80/bushel, nível visto pela última vez em outubro de 2020. Para um cenário positivo, o milho precisaria se manter acima de US$ 3.90/bushel. O foco está na demanda, que será crucial para definir a direção das cotações brasileiras, especialmente com o término da colheita. Espera-se que as exportações se intensifiquem, sustentando as cotações e potencialmente iniciando um movimento de alta mais consistente. Entretanto, a gestão de risco e o escalonamento de vendas são recomendados devido às incertezas persistentes. As cotações podem continuar pressionadas, com possibilidades de altas contidas, enquanto os produtores aguardam melhores preços para comercializar seus grãos.
Seane Lennon
Agrolink – 06/08/2024