Exportações e dólar alto contribuem para diminuir oferta do cereal
Área de milho em Santa Catarina caiu 1% em 2019
A área de milho em Santa Catarina terá redução de 1% neste ano em Santa Catarina, baixando de 346 mil hectares semeados no ano passado para os atuais 342 mil hectares, segundo boletim divulgado recentemente pelo do Centro de Socieconomia e Planejamento da Epagri. Isso aliado a alguns problemas climáticos no plantio gera uma estimativa de colheita de 2,80 milhões de toneladas na safra 2019/2020, 3% a menos do que as 2,89 milhões de toneladas do a anterior.
Isso representa 90 mil toneladas a menos. Não é um grande volume mas aliado a outros fatores agrava um problema de Santa Catarina, que no ano passado teve um déficit de 3,6 milhões de toneladas.
Um deles é que com o aumento das exportações do cereal, o preço começou a subir no mercado interno. O presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos, Losivânio de Lorenzi, disse que o preço subiu de R$ 38 para R$ 43 ao criador, nas últimas semanas.
Em Chapecó a saca que estava a R$ 33,50 no início do mês está R$ 36,50. O vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina, Enori Barbieri, disse que em alguns lugares os criadores já estão pagando R$ 45 a saca e ele acredita que pode chegar a R$ 50.
Segundo Barbieiri, esse aumento é motivado pelas exportações de milho, que foram impulsionadas pelo dólar alto, que passou de R$ 3,75 para patamares acima de R$ 4,00.
– A previsão era exportar 25 a 30 milhões de toneladas e com o câmbio favorável para venda já foram embarcadas 30 milhões de toneladas, com previsão de mais 10 milhões de toneladas até o final do ano. Como a colheita foi de 100 milhões de toneladas e o consumo é de 64 milhões de toneladas, vai ficar apertado – disse o líder do agronegócio.
Ele firmou que a Conab tem estoques de apenas 800 mil toneladas e, como a primeira safra brasileira estimada em 25 milhões de toneladas, há o risco de ter que importar produto dos Estados Unidos e da Argentina no próximo ano. Além disso a segunda safra, que foi de 75 milhões de toneladas, deve atrasar devido ao atraso do plantio de soja no Centro Oeste, também por problemas de estiagem.
– As grandes indústrias tem seus estoques e conseguem pagar o milho até cerca de R$ 50,00 porque estão exportando bem. Mas quem não está estruturado vai sofrer. Além disso não tem como passar esse aumento de custo para o mercado interno. Acredito que vai aumentar o preço da carne suína e derivados mas do frango não tanto, pois terá uma oferta maior – destacou Barbieri.
Durante a visita da Ministra Tereza Cristina a Chapecó, no dia 15 de outubro, o prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, que também é presidente do Bloco Regional dos Intendentes, Alcaldes e Empresários do Mercosul, pediu apoio para viabilizar o início da Rota do Milho, para buscar o cereal no Paraguai e Argentina.
Em contrapartida a área de soja vai aumentar 1%, de 670 mil hectares para 677 mil hectares. A estimativa de produção também deve aumentar 3%, de 2,35 milhões de toneladas para 2,44 milhões de toneladas.
NSC TOTAL
Notícias Agrícolas – 25/10/2019