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A safra 2018/19 dos Estados Unidos começou e, como não poderia ser diferente, intensificou as especulações sobre as condições climáticas em que os primeiros trabalhos de campo se desenvolvem nas principais regiões produtoras do país. E neste ano, o frio é uma das principais preocupações dos produtores norte-americanos.
Números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) mostraram que, até o último domingo (15), o plantio do milho foi concluído em 3% da área esperada para este ano, enquanto o mercado apostava em algo próximo dos 5%. Segundo especialistas internacionais, o ritmo da semeadura começa mais lento e é reflexo de algumas adversidades climáticas.
“O ritmo mais lento surpreendeu o mercado, já que o índice se mostra na metade do registrado no mesmo período de 2017 e fica dois pontos percentuais abaixo da média dos últimos cinco anos. No entanto, trata-se do início e há muito tempo ainda para uma recuperação”, diz Tim Worledge, do portal internacional Agricensus. Previsões atualizadas mostram que o mês de abril deverá ser um dos 20 ‘abris’ mais frios desde 1895 nos Estados Unidos, podendo terminar como o mais frio em 124 anos, de acordo com informações apuradas pela AgWeb junto ao T-Storm Weather. Até esse dia 17, as temperaturas em abril já se mostraram até 10 graus mais baixas do que o normal para essa época do ano nos principais estados produtores.
Na sequência, o mês de maio, ainda segundo o T-Storm, deverá ser um mês de temperaturas amenas, com apenas alguns pontos do Corn Belt podendo registrar temperaturas acima da média. “Eu sei que o calendário diz plante agora, mas o solo diz que não”, diz a patologista Kaitlyn Bissonnette, da Universidade do Missouri ao DTN The Progressive Farmer. E de acordo com o agrometeorologista sênior do DTN, Bryce Anderson, os produtores americanos não devem esperar por um alívio logo. “O padrão que estamos observando agora continuará por mais todo este mês e pode entrar em maio, com temperaturas abaixo do normal e chuvas acima da média para as Planícies do Norte e o Meio-Oeste”, diz.
Anderson explica que o cenário é uma “combinação da persistente influência do La Niña e mais a influência também de ventos dominantes das regiões polares trazendo caracaterísticas como estas que têm sido observadas” neste momento. Durante o último final de semana, alertas de nevascas foram emitidos do sudoeste do Nebraska até Michigan, cobrindo os campos com neve. Ventos fortes e a forte incidência de neve fecharam as principais rodovias da Dakota do Sul, Iowa e Minnesota. E essas nevascas, ao continuarem acontecendo, poderiam causar um atraso mais significativo do plantio no país. Nebraska e Minnesota foram, afinal, o terceiro e quarto maiores produtores de milho dos EUA em 2017, e a Dakota do Sul, o sexto. “Além da neve, o frio persistente que e observado neste padrão complica ainda mais a situação, já que que fica mais difícil uma drenagem dos solos”, diz o meteorologista do Commodity Weather Group (CWG), Joel Widenor. “Parece que vamos assim até maio antes de uma chance de voltar a esquentar”, completa.
Em 2013, uma situação semelhante foi registrada e levou o plantio a registrar um dos ritmos mais lentos da história, com abril terminando, naquele ano, com apenas 7% da área de milho semeada, contra algo mais próximo de um terço sendo comum para essa época.
Previsão do Tempo
De acordo com as previsões do Commodity Weather Group (CWG), nos intervalos dos próximos 1 a 5, 6 a 10 e 11 a 15 dias, a maior parte dos estados produtores de grãos dos Estados Unidos terão chuvas dentro da normalidade ou abaixo da média, como mostram os mapas abaixo.
“O cenário para o lado oeste norte-americano continua de seca, enquanto que o lado leste permanece com temperaturas muito frias. Nas atualizações meteorológicas deste fim de semana, um cenário mais favorável para o lado leste foi oferecido. A volta das chuvas expressivas que deverão cobrir toda a região as Planícies estadunidenses é oferecida para os próximos 10 dias. Por outro lado, as baixas tempera- turas continuam oferecidas para o Cinturão Agrícola norte-americano”, informa o reporte da consultoria AgResource Mercosul.
Para os próximos sete dias, os volumes de chuvas também deverão ficar abaixo da média na parte leste do Corn Belt. Na sequência – nos próximos 8 a 14 dias (de 24 a 30 de abril) alguma mudança começa a ser notada, com as temperaturas subindo timidamente em alguns pontos do cinturão, começando pela porão noroeste dos Estados Unidos.
Para a região sudeste do país, porém, segue a previsão de temperaturas abaixo do normal para o período, mas com a perspectiva de um aquecimento podendo ser registrado no final deste mês ainda. Confirmada essa melhora, o progresso do plantio poderia ser favorecido.
“Este é um começo (no final de abril) extremamente tardio para o plantio, e com certeza preocupa os produtores. Mas, com o tempo certo, a maior parte do Corn Belt pode plantar boa parte ou quase toda sua área em 10 bons dias de plantio. Os teremos? Só Deus sabe nesse momento”, diz Ray Grabanski, presidente da consultoria Progressive Ag Marketing.
Com informações dos portais internacionais AgWeb, DTN The Progressive Farmer e Reuters