Expansão do vírus pode afetar próxima safra e colheita da safrinha
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), até a tarde desta segunda-feira (29), eram 15.328 casos confirmados da Covid-19 em Mato Grosso, sendo registrados 590 mortes. Há uma semana eram cerca de 10 mil casos.
Dentre os 20 municípios com maior número de casos de Covid-19, estão grandes produtores como Rondonópolis, Sorriso, Primavera do Leste, Tangará da Serra, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Sinop, Campo Novo do Parecis, Querência e Sapezal. Em Sinop o risco é considerado muito alto e todos os leitos de UTI estão ocupados. Em Colíder o crescimento é de 129% em 7 dias e em Marcelândia de 256% no período. Sorriso, a capital do agronegócio, registrou a 11ª morte e também tem risco alto. Mato Grosso perde em número de casos para o Distrito Federal e Goiás e está a frente do Mato Grosso do Sul, na Região Centro-Oeste.
O avanço dos casos preocupa os produtores para a próxima safra. Um estudo da Universidade Federal do Estado (UFMT) projetou que, até setembro, serão mais de 300 mil casos de pessoas infectadas. Na colheita de soja não foram registrados problemas mas já são registrados transtornos na segunda safra de milho e algodão, podendo afetar o plantio da próxima safra. Isso porque o afastamento de trabalhadores pode ocasionar interrupções e elevar custos. “Não é tão simples substituir alguém especializado para dirigir um trator totalmente mecanizado na última hora”, diz Glauber Silveira, vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho).
Mato Grosso é o maior produtor brasileiro de soja com mais de 34 milhões de toneladas nesta safra e projeção de aumentar a área plantada na safra 20/21 para 10 milhões de hectares. No estado, segundo a UFMT, são 691 leitos de UTIs e 1.548 respiradores.
AGROLINK – 30/06/2020
