No caso da soja, são esperadas mudanças mais sutis e de aumento da produção e estoques
O novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) chega nesta sexta-feira, 10 de julho, e o foco maior parece estar sobre o milho neste momento. Para a soja, as mudanças esperadas são mais sutis neste relatório, de acordo com as expectativas.
MILHO EUA 2020/21
No último dia 30, a instituição reportou uma redução considerável na área de plantio norte-americana para a safra 2020/21 e, dessa forma, o mercado já espera uma redução na produção e nos estoques finais do cereal para a próxima temporada.
A média das expectativas para a safra 2020/21 é 382,55 milhões de toneladas, variando entre 380,87 e 388,54 milhões. Em junho, o número era de 406,3 milhões de toneladas. No entanto, o mercado espera ainda por uma revisão positiva de produtividade para 187,14 sacas por hectare – entre 186,20 e 189,34 sacas -, contra 186,72 sacas do mês passado.
“Há uma boa chance de que o USDA não mude muito o rendimento do milho neste relatório de julho e, provavelmente, manterá a área colhida até que se prove o contrário”, explica Todd Hultman, analista líder de grãos do portal DTN The Progressive Farmer.
Os estoques finais do cereal da nova safra podem ficar entrre 64,14 e 76,46 milhões de toneladas, com uma média das projeções em 70,67 milhões. No último relatório, este número veio em 84,41 milhões de toneladas.
No final de junho, o departamento trouxe a área plantada em 37,23 milhões de hectares (92 milhões de acres), ou seja, 3% maior do que na temporada anterior. As projeções dos traders variavam entre 38,04 a 38,85 milhões de hectares, com média de 38,53 milhões.
SOJA EUA 2020/21
A produção norte-americana de soja tem exepctativas que variam entre 112,48 e 119,26 milhões de toneladas, com média de 113,41 milhões de toneladas. Em junho, a nova safra foi estimada em 112,26 milhões de toneladas. Lembrando que a colheita 2019/20 foi de apenas 96,67 milhões.
O mercado espera ainda um aumento da produtividade de 55,81 sacas por hectare para 56,15, na média das expectativas, que variam entre 55,81 e 59,17 sacas por hectare.
Os estoques finais da oleaginosa podem vir entre 9,66 e 15,57 milhões de toneladas, com média de 12,06 milhões de toneladas. No relatório anterior, a projeção era de 10,75 milhões.
ESTOQUES FINAIS EUA 2019/20
Os estoques finais da safra 2019/20 de soja dos EUA, por sua vez, deverão ser revisados para cima e passarem de 15,92 milhões de toneladas, de junho, para 16,03 milhões, na média das expectativas. O intervalo esperado é de 14,56 a 17,28 milhões de toneladas.
Já os estoques finais de milho da safra velha são esperados entre 55,88 e 61,04 milhões de toneladas, com média de 58,07 milhões. Há um mês, a estimativa veio em 53,42 milhões de toneladas.
ESTOQUES FINAIS MUNDO 2020/21
Os estoques finais de milho globais deverão ficar, segundo as expectativas do mercado, entre 310 e 340 milhões de toneladas, com média de 325,6 milhões. Em junho, eram 337,9 milhões de toneladas.
Já os estoques finais mundiais de soja da safra nova têm média de 97,7 milhões de toneladas, em um intervalo esperado de 94,7 a 107,6 milhões de toneladas e frente as 96,3 milhões do boletim anterior.
ESTOQUES FINAIS MUNDO 2019/20
As projeções do mercado para os estoques mundiais da safra velha de milho ficam entre 311,8 e 320,5 milhões de toneladas, com a média em 315,7 milhões. Para a soja, variam de 98 a 101 milhões e a média fica em 99,5 milhões de toneladas.
No relatório do mês passado, os números foram de, respectivamente, 312,9 e 99,2 milhões de toneladas.
PRODUÇÃO MUNDO 2019/20
São esperadas ainda atualizações para as safras mundiais de soja e milho. Para a soja 2019/20 do Brasil a média esperada é de 123,4 milhões e da Argentina, 50 milhões de toneladas. No caso do milho, as expectativas são, respectivamente, 49,9 e 100,8 milhões de toneladas.
Notícias Agrícolas – 09/07/2020
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Conab reduz 2ªsafra de milho para 73,5 milhões de t; oferta e demanda tende a ser bem ajustada
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou seu boletim de acompanhamento da safra brasileira de grãos para o mês de julho e apontou, para a segunda safra de milho, que o quadro climático apresentado na região Centro-Sul frustrou a segunda safra de milho, pois, com exceção de algumas regiões, as lavouras não conseguiram expressar todo o seu potencial produtivo.
Apesar disso, o rendimento abaixo da safra passada, será compensado pelo incremento na área plantada em 6,6%, chegando assim ao total produzido de 73,5 milhões de toneladas, patamar considerado recorde para o Brasil e 0,5% maior do que a produção de 2018/19.
“As lavouras apresentam-se em avançado estágio de evolução, com a colheita já ocorrendo em vários estados.
A expectativa, mesmo considerando as frustrações climáticas citadas, é de aumento na produção”, diz o relatório.
Sobre a safra verão, a Conab destaca que, a produção ficou em 25,6 milhões de toneladas, índice 0,3% menor do que o registrado na safra passada e os trabalhos de colheita já foram praticamente encerrados em todo o Brasil.
“Problemas climáticos na Região Sul prejudicaram o potencial produtivo das lavouras, sobretudo as do Rio Grande do Sul, reduzindo a produtividade média do país”.
O relatório aponta ainda que, o quadro de oferta e demanda teve um ajuste no consumo na série histórica, visto que foram realizadas algumas pequenas atualizações no plantel de animais, sobretudo de aves de postura e matrizes de corte, bem como dados de confinamento de bovinos e plantel de suínos.
Além disso, de acordo com o levantamento de açúcar e etanol da Conab, o volume utilizado para a produção de etanol na safra 2018/19 foi de 4,1 milhões de toneladas e para a safra 2019/20, estima-se um consumo de 6,6 milhões de toneladas de milho.
Em números totais, a Conab estima uma produção total de milho no Brasil em 2020 de 100.559 toneladas (aumento de 0,51% com relação a 2019) e uma demanda interna de 68.427 toneladas (elevação de 5,34% em comparação a 2019) com destaque para a produção de etanol com 6.633 (acréscimo de 61% com relação a 2019).
Para as exportações, o relatório aponta uma tendência de alta devido à paridade de exportação que nos portos se aproxima dos R$ 50,00 por saca de 60 quilos, a maior já registrada.
“Porém, os embarques ainda estão aquém do registrado no mesmo período do ano passado, chegando de fevereiro a início de julho em 1,5 milhão de toneladas, contra 5 milhões de toneladas do ano anterior”.
Os line ups já apontam volumes próximos a 5 milhões para julho. Para se atingir a estimativa de 34,5 milhões para este ano-safra, o Brasil deve exportar uma média mensal de 5,5 milhões de toneladas até janeiro de 2021. “Por essa razão, mantém-se a estimativa”, diz a Conab.
Neste cenário, os estoques finais estão estimados em 8,7 milhões de toneladas, correspondendo a uma relação estoque/consumo de 8,5% ou 31 dias de uso, basicamente um mês de consumo.
“Entretanto, vale salientar que o consumo citado para relação é o consumo total, ou seja, doméstico mais a exportação, a qual costuma não ser muito elevada em fevereiro. De qualquer maneira, no contexto atual, a oferta e demanda de milho para a safra 2020/21 tende a ser bem ajustada”, aponta o boletim.
Notícias Agrícolas – 09/07/2020