Segundo análise da INTL FC Stone, a demanda por rações e etanol devem seguir forte no país, assim como as exportações, que estimuladas pelo dólar valorizado, devem retomar crescimento no segundo semestre
Ana Luiza Lodi – Analista de Mercado INTL FCStone
Desde 2019 os preços do milho no mercado interno brasileiro vêm se mantendo sustentados apoiados na forte demanda interna, principalmente para os setores de ração e etanol, e no número recorde de exportações atingido no ano passado. O indicador ESALQ/BM&FBovespa, por exemplo, acumulou altas de 11,74% na parcial de março fechando a última sexta-feira com valor de R$ 59,50/sc de 60 kg, configurando portanto, o maior patamar nominal da série histórica do Cepea
Segundo a analista de mercado da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi,2020 começou com menos disponibilidade do cereal, o que mantem os preços em alta mesmo com a chegada de algum volume colhido na safra de verão em regiões pontuais do país.
Na visão da analista, é a safrinha deste ano quem pode modificar este cenário, já que a consultoria espera uma produção recorde de 73,9 milhões de toneladas. Porém, Lodi destaca que o clima de abril vai ser fundamental para a manutenção destas perspectivas e que o mercado segue acompanhando de perto o desenvolvimento das lavouras.
Lodi ainda acredita que as exportações devam retomar a tendência de alta no segundo semestre e fechar o ano em 35 milhões de toneladas, só não repetindo os números do ano anterior devido, justamente a menor disponibilidade de estoques. O dólar valorizado é quem vai estimular esse movimento, já que o cereal brasileiro se torna mais competitivo no mercado exterior.
Já olhando para a Bolsa de Chicago (CBOT), as perspectivas são de novas quedas nas cotações futuras americanas uma vez que o mercado sentiu bastante a divulgação do último relatório do USDA com intenção de plantio maior do que o esperado e a queda na demanda por etanol de milho, que já está sendo menos produzido e gerando fechamento de plantas no país.
Notícias Agrícolas – 02/04/2020