Cotações de milho recuaram na semana
As cotações do milho em Chicago recuaram nesta semana, com o fechamento da quinta-feira (21) ficando em US$ 3,68/bushel, contra US$ 3,75 uma semana antes.
O mercado continuou atento ao clima no Meio Oeste dos EUA, embora o mesmo tenha melhorado na última semana em favor da colheita do cereal. Mesmo assim, tal colheita continua atrasada, tendo atingido, até o dia 17/11, cerca de 76% da área total, contra a média histórica de 92% para esta época do ano. Este baixo ritmo de colheita surpreendeu o mercado, fato que leva a crer em um novo corte na produção total do cereal estadunidense no relatório de oferta e demanda de dezembro. Todavia, o quadro não foi suficiente para animar os preços em Chicago.
Um dos motivos para isso foi a fraca exportação de milho por parte dos EUA. Na semana encerrada em 14/11 as inspeções atingiram a 637.397 toneladas apenas. Igualmente chamou a atenção do mercado o importante corte na demanda projetada pelo segmento da fabricação de ração. Com a crise da peste suína africana, a China vem comprando muita carne nos últimos meses, incluindo as dos EUA, mesmo com a aplicação de tarifas de importação dentro da guerra comercial entre os dois países. Assim, parte do mercado considera que os volumes da demanda interna para ração não condizem com a realidade.
Por outro lado, um quadro de reversão nas cotações, passada a pressão da colheita, pode surgir nos EUA na medida em que os prêmios nos portos do Golfo começaram a subir, no momento em que se aproxima o período das exportações brasileiras diminuírem sazonalmente.
Na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB de milho fechou a semana valendo US$ 168,00 e US$ 123,50 respectivamente.
Ao mesmo tempo, no Brasil, os preços do cereal se mantiveram estáveis, com viés de alta em algumas praças. O balcão gaúcho fechou a semana em R$ 35,04/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 42,50 e R$ 44,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 30,50 em Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 47,00 em Itanhandu (MG), passando por R$ 46,00 em Alfenas (MG) e R$ 43,00/saco em Videira e Concórdia (SC).
O mercado interno brasileiro apresenta poucas novidades, com os produtores da safrinha, particularmente em São Paulo, prosseguindo com a estratégia de segurar o produto. Com isso, os consumidores encontram grandes dificuldades para repor estoques, fato que eleva o preço do cereal. O referencial Campinas (SP) subiu para R$ 47,00/saco no CIF durante a semana. No interior paulista a oferta bateu em R$ 43,00/saco, não havendo indicativos de mudança neste quadro no curto prazo. Aliás, não se nota no mercado físico sinais de reversão deste quadro de alta nos preços, diante do perfil de oferta existente.
Ao mesmo tempo, as exportações continuam firmes, com o Brasil já batendo em 36 milhões de toneladas no atual ano comercial que se encerra em 31 de janeiro próximo. Nos primeiros 10 dias úteis de novembro o país exportou 2,1 milhões de toneladas de milho, devendo atingir 4 milhões até o final do mês.
Outro elemento que continua pressionando para cima os preços é o atraso no plantio da safra de verão, fato que leva o mercado a esperar dificuldades de abastecimento até março próximo.
Sobre o plantio, o Centro-Sul brasileiro, até o dia 14/11, semeou 80% da safra de verão de milho, contra 87% em igual momento do ano anterior. O plantio continua muito atrasado em Minas Gerais, com 48% semeado, contra 65% um ano antes; no Mato Grosso, com 65% plantado, contra 80% no ano anterior; Goiás/DF com 64% semeado, contra 82%; e São Paulo, com 66%, contra 95% no ano anterior.
CEEMA / UNIJUI
Agrolink – 25/11/2019