Governo alemão quer retirar glifosato do mercado

Bayer diz que debate é baseado em princípios ideológicos

O Ministério do Meio Ambiente da Alemanha apresentou uma espécie de passo a passo para que a Bayer retire o herbicida à base de glifosato do mercado. De acordo com o governo alemão, a intenção é proibir o uso do composto Rondup em áreas ambientalmente sensíveis ou importantes para os lençóis freáticos.

No entanto, a medida também dificultaria o uso dos agricultores de outras substâncias que os auxiliam no combate de um amplo número de plantas invasoras que prejudicam os mais variados tipos de culturas. A ministra do Meio Ambiente, Svenja Schulze, divulgou um comunicado dizendo que “o meio ambiente não ganha nada se, em vez de glifosato, forem usados outros pesticidas ainda mais prejudiciais”. Ela defendeu o uso de “todo tipo de influência legal” em prol do abandono do glifosato.

A intenção da ministra é retirar o glifosato em um processo de longo prazo, assim que outras alternativas consideradas menos agressivas forem aprovadas. Isso porque o partido Partido Social-Democrata, de centro-esquerda, queria a proibição total do produto, que foi vetada pela Ministra do governo Angela Merkel.

De acordo com Helmut Schramm, chefe da divisão agrícola da Bayer na Alemanha, os agricultores irão perder muito com essa proibição. Além disso, afirmou que o fato iria representar um novo revés para a Bayer, que assumiu os produtos da Monsanto recentemente. “Infelizmente, o debate a respeito do glifosato na Alemanha é determinado por interesses políticos, e não por evidências científicas”, comenta.

A Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer, braço da Organização Mundial da Saúde classificou o glifosato em 2015 como possível carcinogênico. No entanto, a empresa afirma que não existe nenhum estudo que comprove, além de os órgãos reguladores apontarem sua segurança.

AGROLINK -09/11/2018